Sidarta – Hermann Hesse
- Alessandra Carvalho
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
Às vezes, é preciso se perder para, enfim, escutar a alma.
Sidarta, de Hermann Hesse, é mais do que uma narrativa espiritual — é uma travessia íntima pela busca de sentido. O personagem que dá nome ao livro não segue fórmulas prontas. Nem mesmo a companhia de Buda é suficiente. Ele quer viver, errar, sentir. Quer encontrar a verdade dentro da própria experiência.

Neste romance, seguimos Sidarta desde sua juventude como brâmane promissor, passando pela vida ascética dos Samanas, até os prazeres e desilusões do mundo material. Ele ama, sofre, se afasta, se decepciona e, aos poucos, desconstrói a ideia de iluminação como algo externo.
A água do rio, que aparece como símbolo recorrente, não flui apenas fora dele — passa por dentro. O rio representa o tempo, a escuta, o silêncio e o entendimento de que a vida não é algo a ser dominado, mas vivido com presença.
A grande mensagem de Hesse não está em um final revelador, mas na humildade do caminho. O saber de Sidarta nasce quando ele deixa de buscar com os olhos da mente e começa a sentir com o coração em paz.
Reflexão:
Você está buscando verdades ou vivendo a própria verdade?
Quais experiências já tentaram te ensinar algo que a mente resistiu em aceitar?
Ação prática:
Hoje, silencie por alguns minutos. Sente-se perto de uma janela, de uma árvore ou de um copo d’água. Em vez de pensar, apenas escute — o som, o corpo, a respiração. Depois, escreva: O que minha alma gostaria de me dizer agora?
Sidarta é daqueles livros que transformam mais na segunda leitura do que na primeira. Ele não exige compreensão intelectual, mas disposição para abrir mão do controle e ouvir o fluxo da existência. Ao final, percebemos que o que procurávamos… já morava em nós.




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