Domingo - Ana Lis Soares
- Alessandra Carvalho
- 9 de jul.
- 1 min de leitura
Resenha com afeto e propósito

Domingo é um livro que fala baixinho e, ainda assim, nos atravessa como um vendaval. Ana Lis Soares costura palavras como quem borda memórias, desenterrando silêncios, desejos e cicatrizes do cotidiano. Sua escrita é íntima, poética e radicalmente honesta — como um espelho que, ao invés de refletir, acolhe.
Em meio às delicadezas e tensões do ser mulher, mãe, filha, profissional — Domingo abre espaço para uma escuta rara: aquela que começa dentro da gente.
Em uma das passagens mais tocantes, a autora escreve:
“Sou rio doce, forte, bravo, rio com força de ser rio. Sou mar, correnteza, maremoto. E é assim que deveria ser... Sempre, para sempre. Se não posso, não me sou mais; se tenho de ser conforme o que dá. Já não me sou mais.”
Essa frase é um chamado. Não apenas para reconhecer nossas águas, mas para vivê-las com coragem, sem moldes que nos contenham.
Ler Domingo é um convite a sentir com mais profundidade, a escutar com mais presença e a compartilhar com mais verdade. Uma leitura que pode se tornar uma prática de cuidado, uma ponte entre você e o mundo ao redor.




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