A Vida Impossível – Matt Haig
- Alessandra Carvalho
- 12 de jun.
- 2 min de leitura

Quando nos esvaziamos da culpa, cabe em nós o agora.
Grace é uma professora aposentada que carrega lutos antigos e silenciosos. Vive uma rotina previsível, marcada pela ausência — do filho, do marido, da própria alegria. Até que, inesperadamente, herda uma casa em Ibiza de uma amiga que não via há anos.
Esse chamado para a ilha é também um chamado para dentro. O que ela encontra lá não é apenas sol, mar e memórias — mas um caminho de reconciliação com a impermanência, um dos pilares do budismo. Ao se permitir estar presente no lugar que a vida lhe ofereceu, Grace se vê confrontada com tudo o que tentou evitar: saudade, medo, desejo de viver e de perdoar.
Como nos ensina o Dharma, a dor é parte da vida, mas o sofrimento nasce do apego ao que já não é. Em Ibiza, ao encontrar novos afetos, práticas espirituais e mistérios cotidianos, Grace inicia um processo de soltar o passado com gentileza, sem pressa, sem pressões — apenas com respiração e escuta.
A narrativa carrega o tom compassivo do budismo: ninguém precisa ser perfeito para despertar. Apenas presente o suficiente para enxergar o que está vivo.
Reflexão:
Que apegos silenciosos ainda nos prendem ao sofrimento? Será que já não estamos prontos para caminhar com mais leveza, aceitando que tudo — inclusive nós — está sempre em transformação?
Ação prática:
Escolha hoje um objeto, pensamento ou rotina que represente algo que você está pronto(a) para soltar. Agradeça mentalmente pelo papel que isso cumpriu. E, se fizer sentido, escreva:
"Liberto com amor o que já cumpriu sua jornada."
Essa pequena ação pode abrir espaço para um recomeço que já habita em você.




Comentários